segunda-feira, 28 de julho de 2008

Critica

 
Hudsucker Proxy (1994) Ethan Coen / Joel Coen

   Nada mais característico dos irmãos Coen, do que uma comédia sobre um totó tentando sobreviver numa grande e austera empresa dos anos 50 cheia de personagens mirabolantes, exageradas, estilizadas e com vida própria. Hudsucker Proxy é o exemplo perfeito da capacidade dos talentosos irmãos, para criar algo só deles, e apresenta-lo da forma mais produzida, visual e complexamente simples.
   Norville Barnes é um ingénuo simplório de uma pequena cidade que chega á ribalta através da invulgar empresa Hudsucker Industries. Começando na catastrófica secção de correio, Barnes é o homem com a ideia que quer chegar ao topo sem saber o que isso implica. Após o suicídio do presidente e com direcção executiva a precisar de um bode expiatório Barnes ascende para ser usado por Mussberger, apropriadamente interpretado por Paul Newman, para fazer descer os valores das acções. A história não é nada de muito puxado nem requer muita concentração, porque o mérito deste filme, e dos Coen, é a forma como eles apresentam o enredo.
   Cheio de fantasia e com uma imaginação sem limites, este filme é composto por diálogos repletos de one liners e capaz de assemelhar uma conversa a uma elaborada produção musical. O dinamismo estético, o sentido de timing e ritmo fazem parte de uma forma de filmar muito própria dos realizadores, e capaz de nos fazer apreciar cada plano e sequencia pela forma como a câmara adora as personagens. Uma das sequências inicias, onde o presidente da empresa se atira pela janela é exemplo de como eles apreciam filmar. Uma simples acção como uma pessoa levantar-se e correr para a janela, é encena e filmada como só eles sabem, tudo o que aparece em cena é importante, e faz com que o espectador se ligue á história e o faça como boa disposição.
   A direcção de actores é também algo bastante notório nos seus filmes, e em especial em comédias, uma vez que eles gostam de um género de abordagem reflectindo interpretações da época de 40 e 50, onde o exagero, o diálogo e teatralização dos personagens dão ao filme o seu toque de estilização onde a boa disposição é o único objectivo.
   Um filme com este nível de estilo, não só a nível representativo como também através dos cenários, guarda-roupa e fotografia, fazem impor a questão sobre a longevidade de um filme que não se leva muito a sério. Surge o problema da identificação do espectador com personagens tão irreais e ambiente surreal podendo gerar algum afastamento do espectador. Mas a questão é que no cinema não impera um único género e quando se tem uma abordagem assim e bem feita, no final podemos não nos identificar com eles, mas por ser tudo muito bem caracterizado, é uma delicia apreciar um filme não pelo que ele representa mas pelo que é, não estivéssemos a falar de um meio onde o visual é fundamental, aqui os olhos são o elemento de excitação perante uma obra dos sentidos.

MelhorA forma de filmar. É entusiasmante ver algo com tanta atenção.
PiorApesar de ser próprio do filme, o estilo por vezes causa algum distanciamento, ainda que nunca de forma definitiva.
 

Religulous Trailer

 

 

domingo, 27 de julho de 2008

Agitações no IMDB Top

 

Parece que o The Dark Knight veio causar disturbios á ordem estabelecida no famoso Top. Com o TDK a descer nos votos, desta feita é o Shawshank Redemption que se torna no segundo filme a passar Don Corleone num espaço de 2 semanas chegando novamente ao 2º lugar... Mas com o morcego já com 135 mil votos, será que o Shawshank terá oportunidade de atingir o primeiro lugar?
 

sexta-feira, 25 de julho de 2008

TDK B Roll

 

 

Critica

 
The Dark Night (2008) Christopher Nolan

O tão esperado Cavaleiro das Trevas chega finalmente, e com ele chega um conjunto de leis que irão ditar um subgénero do cinema em que os super-heróis reinam, pois nunca uma tão popular aventura foi tão dark, quanto esta de Batman contra Joker.
Tudo vale. Somente pelo enredo, este filme muda tudo. É pela beleza na desordem, na anarquia, que faz deste Batman um dos mais intensos, poderosos e sombrios filmes do género. Talvez só comparável com o Senhor dos Anéis. Neste segundo volume, é introduzido a personagem que faz a diferença. O Joker vem agitar as fundações do universo bat e dá-lhe o abanão necessário para que este se consiga transcender para outro nível. As forças motivadoras destes personagens serão todos postos em causa com a chegada deste vilão, que com a anarquia, define todos e põe-os no seu sítio. Harvey Dent, o cavaleiro branco de Gotham City que persegue sem medo todos os mafiosos da cidade, também entra com a importante função de estabelecer triângulos, amorosos e éticos. Rachel Dawes, agora noutra pele, é a fuga para a normalidade de Bruce Wayne. Alfred, James Gordon e Lucius Fox também regressam para não ter menos importância que no primeiro e ligar toda esta aventura, numa complexa miscelânea de acontecimentos, que a uma velocidade alucinante se desenvolvem e nos envolvem sempre em ritmo crescente desde o inicio até ao fim. Raramente se vê um filme que consiga ter a intensidade de um trailer, e The Dark Knight consegue-o não descurando nenhuma parte do guião.
Heath Ledger na sua última interpretação consegue superar qualquer expectativa que se teria dele, e fazer do Joker a personagem que todos queriam que fosse. Imprevisível, inesperado, niilista, bizarro e altamente dotado para o crime. Tão dotado que até consegue roubar toda e qualquer atenção dos outros personagens sempre que está em cena. A transformação para este famoso vilão é estonteante, e ainda mais se nos recordarmos dele em Brockback Mountain e considerarmos a diversidade e versatilidade do falecido actor. TDK não seria tão bom não fosse por ele.
Mas há méritos noutro lado. Christopher Nolan, ainda por realizar um filme mau, volta a fazer par com o irmão, tal como em Memento, e escrever este guião. E guião mesmo ao jeito dele, pois as voltas que dá e complexidade, são já características muito suas. Quanto á sua abordagem, foi uma de coragem e quer se goste do resultado ou não, há que ser admirado. A meu ver, a intensidade, e rapidez com que, e em especial depois da primeira hora de filme, o filme se desenrola é o seu ponto forte. Mas com o bom, e tal como na história, também vem o mau. O filme parece que não pára para respirar, chega a uma altura em que parece que se atingiu o clímax do filme, e depois segue-se algo ainda mais intenso, dá a sensação de estar sempre quase a acabar, o que é bom. Isto é conseguido de uma forma muito deliberada e a montagem tem um papel fundamental. Mas por outro lado isto resulta em que por vezes e em certas sequencias, Nolan descure um bocado o processo narrativo, e por vezes fica a sensação que faltaria ali um plano ou então que seria necessária prolongar outro. Se o filme tivesse mais períodos em que acalmasse e demorasse o seu tempo a progredir daria mais desenvolvimento ás personagens. Mais cenas como a do Joker com a cabeça fora da janela do carro a apreciar o vento na cara. Mas se se dedicasse mais nesse aspecto, possivelmente perderia essa tenção que tem, o que resulta num dilema de estilo e também de formalismo. Valerá a pena pecar num aspecto para brilhar noutro?
A preocupação de Nolan não está propriamente em aspectos narrativos, embora seja tudo perceptível, mas sim em coerência, profundidade, fidelidade á história. Ele sabe muito bem como usar a montagem para manipular o espectador, não de uma forma desonesta, mas sim de uma bem cuidada e meticulosa. Ele pensa em todos os momentos de percepção e usa-os contra nós para criar o efeito surpresa, ser imprevisível e acima de tudo criar tensão. E com a rapidez com que tudo acontece, quase nem temos tempo para pensar.
TDK acaba por ajudar na redefinição do género de super-heróis e faz para a saga aquilo que Empire Strikes Back fez para Star Wars. Anarquia aliada a um confronto intenso dos seus intervenientes que resulta na concepção de bom versus mal que define a sua essência. Não é o confronto final, mas é talvez algo melhor. É a compreensão das suas personagens e aquilo que os une e o que representam. E a forma como o consegue é simplesmente arrebatadora.

MelhorHeath Ledger e a intensidade do filme.
PiorContar demasiado na montagem para dar a sensação te intensidade.
 

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Finalmente O Cavaleiro das Trevas

 
                 

A ESTA HORA ESTOU NO EL CORTE A VER!!!!
 

Até é compreensível


Dad Leaves Toddler In Car While He Attends "Dark Knight" Movie

A Salt Lake City, Utah audience was engrossed in the new action-packed Batman movie when it was interrupted early Sunday morning.
Police stopped the film to arrest a father who was watching the movie while his child sat in a locked car in the theater parking lot.

While 23-year-old David Farnham was enjoying the 11:30 p.m. showing of "The Dark Knight" inside an air-conditioned theater, his 2-year-old son, Justin, was all alone in a hot car, surrounded by signs that warn patrons to park at their own risk.

South Salt Lake police say Justin had been in the car for more than two hours when other movie goers noticed the child and called for help.

"The child was in the car, sweating profusely and crying," said South Salt Lake police officer Gary Keller. "With the assistance of our fire department, we entered the car and got the child out of the car."

The toddler was dehydrated and thirsty from being locked inside the 87-degree car with the windows rolled up, but he was in relatively good condition.

Police say it could have ended a lot worse.
"Especially a 2-year-old; they can dehydrate very, very quickly. You just never want to leave your child in the car ever, ever," Keller said.

Farnham, who has no prior criminal history, missed the last 10 minutes of the movie, and there was a slight interruption for everyone else when officers turned up the lights and arrested him inside the theater.
With the movie off and the lights on, the officers told the packed crowd they were looking for Farnham.

Then they told the crowd why:
"In regards to the baby left in the car," movie goer Katty Zlochevsky said. "Then everyone kind of gasped. We all looked to see where he was, and he stood up and went down the stairs. And then people kind of threw stuff and started booing, and no one knew what to do."

Farnham was taken away, and the last 10 minutes of the movie continued.
He was booked into the Salt Lake County Jail on charges of child abuse and child neglect.

Justin is now with his mother, who shares custody.
She said in a phone interview that he's doing well and that she's grateful it didn't end differently.


Também aqui.

The Joker Glory

 


The Joker: "Haven't you ever heard of the healing power of laughter?"

Batman (1989)

 

In Search of the Midnight Kiss

 

 

Estreias

 
Obsluhoval jsem anglického krále (Eu Servi o Rei de Inglaterra) - Jirí Menzel

El Corte Inglés - 11h30 / 14h10 / 16h40 / 19h10 / 21h40 / 24h15
Lusomundo Amoreiras - 13h30 / 16h00 / 19h00 / 21h40 / 24h15


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Space Chimps (Macacos no Espaço) - Kirk De Micco (Só versão portuguesa)

Lusomundo Colombo - 12h55 / 15h15 / 17h20 / 19h25 / 21h35 / 23h40
Cinema City Campo Pequeno - 13h35 / 15h25 / 17h15 / 19h05 / 21h25 / 23h55; Sab-Dom: 11h45
Lusomundo Vasco da Gama - 13h20 / 15h35 / 17h45 / 19h45 / 21h50; Dom: 11h00
Lusomundo Amoreiras - 13h10 / 15h20 / 17h50; 6ª-Dom, 3ª-4ª: 19h50 / 21h50
El Corte Inglés - 11h30 / 14h10 / 16h10 / 18h10 / 20h10 / 22h00
Cinema Alvaláxia - 13h30 / 15h30 / 17h35 / 19h35 / 21h35; Dom: 11h00



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The Dark Knight (O Cavaleiro das Trevas) - Christopher Nolan

Cinema Alvaláxia - 13h10 / 14h30 / 16h20 / 17h45 / 21h35 / 22h10 / 24h30
Medeia Monumental - 13h15 / 16h10 / 19h05 / 22h00
Lusomundo Dolce Vita Miraflores - 15h00 / 18h30 / 22h00
Colombo - 13h00 / 13h25 / 15h30 / 16h30 / 17h40 / 18h50 / 21h00 / 21h10 / 22h10 / 24h15 / 24h20
Lusomundo Vasco da Gama - 13h30 / 15h20 / 17h00 / 18h35 / 21h15 / 22h00 / 24h20
Castello Lopes Londres - 12h55 / 15h40 / 18h30 / 21h30; 6ª-Sab: 24h15
Filmitalus Twin Towers - Lisboa - 13h30 / 17h00 / 21h30
Lusomundo Amoreiras - 13h00 / 18h00 / 21h00 / 24h00
Medeia Saldanha Residence - 15h00 / 18h15 / 21h30 / 24h30
El Corte Inglés - 11h30 / 14h15 / 15h30 / 17h15 / 18h30 / 21h30 / 22h00 / 24h25
Medeia Fonte Nova - 14h45 / 18h30 / 21h45
Cinema City Campo Pequeno - 15h05 / 18h05 / 21h15 / 24h20; Sab-Dom: 12h05



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Gandalf de volta

 

Sir Ian MacKellen confirmou que irá voltar a interpretar Gandalf no filme de Guillermo del Toro "The Hobbit". Embora ainda não haja nada assinado, há intenções do estudio e do actor em voltar a vestir a pele de Gandalf The Gray.
O filme está agendado para 2011 e trata-se de uma prequela centrada em Bilbo Baggins. Uma sequela também já está nos planos do estúdio para o ano seguinte...
 

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Doodlebug (1997)

 
O inicio de Christopher Nolan...



Também aqui

Ninja Assassin antecipation

 
É com alguma expectativa que aguardo o próximo projecto de James McTeigue "Ninja Assassin" produzido pelos irmãos Wachowski, será lançado em 2009. Será um filme kung fu sobre a vingança de um ninja sobre as pessoas que o criaram. Espera boas coisas do segundo filme do realizador de V for Vendetta.



 

terça-feira, 22 de julho de 2008

Superhero Madness

 
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Com a chegada de The Dark Knight decidi reunir um conjunto de filmes do género.
 

Hell Ride

 
Kickass!!
 


Hell Ride de Larry Bishop
 

Battle of Badasses (Round One)

 
              

Amon Goeth VS Daniel Plainview
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Inspirando-me numa série de iniciativas que vi online, e com a chegada de um Joker á medida dos grandes vilões do cinema, decidi criar uns playoffs relacionados coma a matéria. Participa. Votem na sondagem!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Knowing



de Alex Proyas, a esperar até 2009

domingo, 20 de julho de 2008

Record no Top IMDB



3 dias após a estreia o The Dark Knight consegue algo histórico ao destronar temporáriamente o Padrinho do primeiro lugar do topIMDB 2500. Algo que até agora (pelo que consegui pesquisar) só tinha sido conseguido na primeira semana da estreia do Fellowship of the Ring.


__________dia 1 ____________dia 2 ____________dia 3 _______

sábado, 19 de julho de 2008

Boxing

Para quem gosta de listas... aqui fica um tributo temático



Rocky (1976) John G. Avildsen
Rocky Balboa
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Raging Bull (1980) Martin Scorsese
Jake La Motta



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The Hurricane (1999) Norman Jewison
Rubin Carter


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Girlfight (2000) Karyn Kusama
Diana Guzman



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Snatch (2000) Huy Ritchie
Mickey O'Neil


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Ali (2001) Michael Mann
Muhammad Ali



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Cinderella Man (2005) Ron Howard
Jim Braddock

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Million Dollar Baby (2004) Clint Eastwood
Maggie Fitzgerald


sexta-feira, 18 de julho de 2008

Critica

The Aristocrats (2005) Paul Provenza

Em 2005 não tive oportunidade de ir ver ao cinema um documentário que se dizia irreverente, diferente, chocante e inovador. Mas foi através de um amigo tornar famoso o seu ódio pelo filme, que nunca o esqueci, e deixei-o na “gaveta” até uma oportunidade de ver e confirmar ou discordar. Pois Os Aristocratas não é certamente um filme fácil de se ver nem tão perto de achar consenso. Foi mal recebido pelo público e bem pela critica, e desta vez acabei por alinhar pelos últimos.
Antes de mais, a história. Não há! Cedo se percebe o formato que o documentário enverga assim como o seu conteúdo. Fazer um filme sobre uma piada antiga. Não parecendo tarefa fácil, o método de abordagem escolhido faz com que o filme se torne muito arriscado podendo facilmente para muitos se tornar abusivo e não resultar. Ora se for bem sucedido estamos perante um filme que conseguiu durante 90 minutos, sem se tornar enfadonho ou repetido, contar a mesma piada vezes sem conta. Mas se o nível de risco fosse apenas esse, seria apenas curioso. Ora o risco maior no filme consiste na piada. Pois não só é considerada não ter piada nenhuma, como a linguagem e tema da mesma são das coisas mais vis e nojentas a serem proferidas debaixo dos holofotes. O efeito de choque é grande e o risco aumenta. Se resultar com todos estes condicionalismos então será considerado no meio de comediantes, algo único.
O que nos é mostrado são dezenas de entrevistas de reconhecidos comediantes americanos a falarem descontraidamente sobre o tema, e o que o filme consegue fazer é dar-nos uma visão muito diferente e exclusiva sobre um tipo de mentalidade com que todos os eles se deparam pelo menos uma vez. Considerado um clássico por cómicos, a piada dos aristocratas é uma amostra do que cada comediante consegue fazer para lhe dar o seu toque e conta-la de uma forma diferente. Mostra-nos a importância da preparação a adorno da piada e minimiza o fim. E fica claro que neste submundo, a punchline é o menos importante e o conteúdo, estilo e escrita de que uma piada é composta é o que faz a diferença. É então um estudo sobre, estilo, género e limites do humor, e é precisamente isso que torna o filme tão dividido.
A abordagem escolhida também é significante. Foram certamente horas e horas de filmagens recolhidas para se aproveitar apenas uma pequena parte das entrevistas conseguidas, e foi tudo montado de uma forma que faz parecer quase com o frenesim de um comediante em palco. È tudo feito com muita descontracção, quase como uma conversa entre velhos amigos que partilham uma piada privada.
Este é daqueles casos que ou se gosta ou odeia. Quer do conteúdo, linguagem, mentalidade, formalismo, tudo é discutível, mas uma coisa é certa, caso veja este filme, por favor, não leve as crianças.

Melhor Apreciar diferentes formas de comédia
PiorNão voltarei a sentir-me limpo