quarta-feira, 16 de julho de 2008

Critica

Los Lunes al sol (2002) Fernando León de Aranoa


Los Lunes al sol é daqueles filmes que dá vontade e curiosidade de ver só pela capacidade de Javier Bardem em transformar-se num homem de meia-idade, inchado e orgulhoso. Mas com este desejo inicial, após o filme notamos que as nossas expectativas em relação ao personagem principal ficam satisfeitas e ainda ficamos a conhecer uma história triste de um grupo de homens com quem acabamos por simpatizar tanto quanto Santa, a personagem de Bardem.
Santa e mais outros quatro homens são apenas uma pequena parte de um conjunto de trabalhadores que ficam desempregados quando a sua empresa é vendida e os deixa entregues a um mundo que não oferece mais saídas para eles. Todos nos seus 40 e 50 anos, sem grande instrução, pouco lhes resta do que aproveitar ao máximo a indemnização que receberam e esperar por um milagre. È uma visão de um mundo muito actual onde não há muitas oportunidades para quem tem pouco de sorte na vida. Destes homens, há quem continue a tentar sem sucesso, quem desista, e quem se vá agarrando ao que os seus conhecidos lhe vão podendo ajudar.
Devido á sua condição e forma como tão elaboradas as personagens, ficamos a ter uma visão, sem grandes artifícios ou truques dramáticos, deste conjunto de homens ligados pelo desemprego, e como tal, no meio de tais infortúnios, e talvez por nos ligarmos muito a eles, conseguem dar-nos momentos de grande ligação muito subtilmente humorista, que resulta num contraste eficaz e tem o efeito acumulado de uma maior ligação á história.
Pode-se pensar ficar com a sensação que este é um filme animador pela compaixão e por vezes grande ternura com que olhamos estes personagens, mas na realidade esses são apenas momentos de boa disposição que servem como fuga a uma realidade muito dura e miserável que persegue como destino inescapável o futuro deste grupo.
Ao vermos Los Lunes al sol, poucos poderiam dizer que sem Bardem, o filme não teria sido tão bem conseguido, e apesar de ai haver alguma verdade, também não pode ser ignorada o estilo realista intimo com que todo o argumento é abordado, e que todas as personagens do filme não ficam muito atrás de Santa, uma vez que é difícil não compreendermos e simpatizarmos com todas elas.

Melhor Javier Bardem
Pior Alguma indefinição sobre onde a história nos leva.

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